eLearning@Portugal

brain-763982-1No contexto das PME’s, o conhecimento é socialmente construído e espera-se que seja útil para solucionar problemas concretos (através da abordagens de resolução de problemas), bem como para apoiar novas oportunidades, partilhadas entre os membros das PME’s. Espera-se, ainda, que o e-learning contribua para aumentar a competitividade e a sustentabilidade das PME’s.

Os promotores de e-learning devem desenhar e adaptar o e-learning às necessidades específicas das empresas, investir na convergência das necessidades das PME’s, conceber conteúdos sector-based, de forma a alcançar os resultados esperados (resultados da aprendizagem) e os resultados do negócio (estratégia de planeamento e suporte).

Certificação uma estratégia de valor acrescentado

Os promotores de e-learning devem investir na certificação nacional e/ou sectorial. A certificação do e-learning é um factor que leva ao investimento individual e/ou organizacional.

“Smart” gestão de custos

A gestão e a partilha dos custos iniciais entre organizações do mesmo sector de actividade, ou cluster, é um cenário atractivo para as PME’s. Outro factor de redução de custos é o envolvimento dos colaboradores na concepção de conteúdos e a criação de repositórios de conhecimento reutilizável.

Promover o e-learning interactivo

A promoção de iniciativas de e-learning interactivas aumenta a dimensão social do e-learning e promove maior motivação e compromisso com a aprendizagem, já que a interacção entre formandos fomenta a avaliação de inter pares.

leaderA cultura e os valores organizacionais são essenciais para a implementação do e-learning: a orientação para o mercado e para os clientes, o comportamento ético, a inovação e a criatividade, a flexibilidade e a capacidade de adaptação à mudança, o espírito de equipa, a lealdade nas relações interpessoais.

O apoio da liderança, em particular, uma liderança participativa, a estrutura descentralizada no processo de tomada de decisão, a atitude positiva para a aprendizagem e para a troca de experiências, a capacidade de comunicar o propósito e as vantagens do e-learning são também condições organizacionais que contribuem para o seu sucesso em ambientes empresariais, em particular nas PME’s.

Estas conclusões corroboram a perspectiva de Rosenberg (2006) na qual o e-learning é encarado como uma ferramenta que permite transmitir um vasto leque de conhecimentos e de soluções que aumentam o desempenho dos colaboradores e das empresas, características das “smart organizations”.

Ainda de acordo com Graham Attwell (2003) “a atitude dos gestores é provavelmente o factor mais decisivo e que mais influencia o desenvolvimento das TIC’s para a aprendizagem nas PME’s”.

A criação de oportunidades de aprendizagem no local de trabalho e a existência de claras evidências que os cursos de e-learning conduzem à melhoria das contrapartidas dos trabalhadores, são também factores de sucesso, na medida em que o investimento contribui para aumentar oportunidades de promoção e de melhoria salarial (Paulsen & Vieira, 2006).

No que concerne às necessidades dos end-users, os resultados sugerem que os participantes estão conscientes das novas exigências do mercado, cerca de 54% dos participantes percepciona as “Necessidades dos clientes” como um factor que contribui grandemente para o nível de aplicação das competências adquiridas através do e-learning.

Os participantes consideram, ainda, que o e-learning proporciona acesso a conteúdos actualizados, “time to market”, o que contribui para aumentar a capacidade de inovação e competitividade das PME’s. O e-learning dirigido a PME’s gera “efeitos de escala” quando os conteúdos técnicos, e a aprendizagem das competências de negócio, são “alargados” a clientes e fornecedores.

Os promotores de e-learning que pretendam aproximar a oferta de e-learning às necessidades das PME’s devem ser capazes de investir em conteúdos específicos. Dado que os cursos concebidos à medida são dispendiosos e morosos, uma alternativa é investir em cursos de cariz sectorial (sector-based).

Segundo o modelo de avaliação ROI – Retorno do Investimento, os resultados destacam que:

– 36% dos participantes considera o e-learning como uma boa experiência (nível de avaliação de reacção);

– 73% dos participantes adquiriu novas competências (nível de avaliação da aprendizagem);

– 45% dos participantes menciona que aplica “frequentemente” as novas competências no trabalho (nível de avalição de transferência).

Os participantes referiram, ainda, que transferem “competências pedagógicas”, em 48% dos casos; “competências técnicas” em 15% dos casos e “competências de gestão”, em 14% dos casos.

(1) Segundo dados fornecidos pelo INE, relativos a 2005.

Imagem de http://teachers.thelanguagemenu.com/tools/

No Etutors Portal encontra 12 áreas temáticas de apoio à construção de projectos de e-learning como: a pedagogia, os standards, as tecnologias, as ferramentas de distribuição de conteúdos, as redes de aprendizagem, a qualidade e os custos, os cursos em e-learning, a aprendizagem pela experiência, a formação mista, as comunidades de aprendizagem, a aprendizagem informal e a gestão do conhecimento

Imagem de http://teachers.thelanguagemenu.com/tools/

O projecto ELQ-SMEs fornece um conjunto de ferramentas que permitem apoiar os e-formadores e os consultores de e-learning na melhoria das suas competências.

Numa fase de aproximação e exploração ao tema do e-learning, destaque para o Estado da Arte da Qualidade do e-Learning para PME’s, que apresenta 18 estudos de caso Europeus de pequenas, médias e grandes empresas, bem como de prestadores de formação; as recomendações e os indicadores de qualidade, de sucesso e de retorno do investimento.
Numa fase de concepção, implementação e avaliação do e-learning, salientamos os seguintes produtos:

Um guia para a concepção e avaliação de cursos de e-learning, com uma checklist dos benefícios do e-learning e com exemplos de boas práticas;

Um paper com os critérios de qualidade do e-learning;
Um guia para consultores de formação sobre o ROI do e-learning, com uma demonstração simples de cálculo do ROI;

A metodologia ROI do e-learning com indicadores e uma explicação da ferramenta de cálculo

A calculadora online para cálculo do ROI, que permite obter resultados imediatos;

Um relatório de aplicação da metodologia em cursos de e-learning.

imagem de www.festo.comO e-learning é um factor criador de valor nas PMEs portuguesas, gerador de um impacto positivo na sua performance.

De acordo com o Portal eEurope – Europe’s Information Society Thematic: “o uso das novas tecnologias multimedia e da internet melhora a qualidade da aprendizagem, na medida em que facilita o acesso a recursos e a serviços,  bem como à troca e colaboração remota”.

Esta definição foi lançada no eLearning Action Plan (Comissão Europeia, 2001) e define o “e-learning como a aprendizagem interactiva, na qual o conteúdo se encontra disponível online e promove o feedback automático junto dos alunos que participam nas diversas actividades de aprendizagem”.

Em 2005, António Andrade considera que o e-learning, enquanto inovação tecnológica, permite a comunicação directa entre diversos níveis hierárquicos das organizações, através do uso de diferentes canais de comunicação. Este facto pode explicar eventuais resistências à mudança, em contextos organizacionais que tendem a manter o poder e o controlo da informação.

Contudo, o e-learning devolve aos colaboradores o papel central na aprendizagem através do aumento da motivação e da melhoria do desempenho, do envolvimento com as TICs,  do aumento da autonomia e da orientação para os resultados.

Marc Rosenberg (2006), considera que o e-learning consiste no uso da internet e das novas tecnologias para criar e distribuir ambientes de aprendizagem ricos e que incluam um conjunto diverso de instruções, recursos e soluções, com  objectivo de aumentar o desempenho individual e organizacional. Segundo este autor, o e-learning pode assumir variadas formas e formatos, como o e-learning, o b-learning e o m-learning.

Consulte os conteúdos do capítulo “E-learning – evolution of concepts and applications”.

O estudo sobre o valor do e-learning para as PMEs foi concebido tendo em conta uma vasta audiência de agentes nacionais de e-learning, entre eles, os promotores de formação, os consultores e beneficiários, os empresários e os gestores, bem como, as associações que investem em formação e que promovem iniciativas de aprendizagem ao longo da vida.

O enfoque nas PMEs é estrutural e estratégico na medida em que as PMEs representam 99,6% do tecido empresarial e geram 75,2% do emprego e realizam 56,4% do volume de negócios nacional (1). As PMEs desempenham um papel central e único em Portugal e requerem medidas específicas, em especial num cenário de crise económica, exigem respostas rápidas do ponto de vista político, económico e organizacional.

A dissertação está organizada nas seguintes partes: a 1ª parte apresenta a estrutura da obra; a 2ª parte apresenta a revisão da literatura sobre os conceitos de e-learning, as oportunidades de aprendizagem das PMEs e os factores críticos de avaliação de projectos de e-learning; a 3ª parte descreve a metodologia e a análise de resultados; a 4ª parte apresenta as principais conclusões e considerações finais.

Desde já destacamos que a investigação apurou que os cursos de e-learning são inteiramente financiados pela entidade empregadora em 48% dos casos, e em 25% dos casos pelos colaboradores. Em 46% dos casos, os investimentos totais são de 20 a 500 Euros, o que nos leva a inferir que as escolhas recaem nos cursos de e-learning de curta duração, com baixos custos.
Salientamos, ainda, o modelo de e-learning dirigido às PMEs e focalizado na promoçã da aprendizagem formal, informal e não formal. O SMEs Interactive Learning Wheel Model combina os requisitos dos sistemas de e-learning, com as diferentes estratégias de recursos humanos e de gestão das pessoas, com as knowledge, skills and improvement of competences.

O primeiro contributo para este blog é um resumo da tese sobre “O valor do e-learning na perspectiva dos utilizadores: um estudo de caso em pequenas e médias empresas”. 

Esta tese desenvolvida no âmbito de uma dissertação de mestrado na Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa, e cuja defesa foi realizada a 19 de Janeiro de 2009, teve como objectivo recolher os requisitos organizacionais das PMEs (pequenas e médias empresas) à implementação do e-learning. Visou, ainda, analisar os factores facilitadores e inibidores à transferência do e-learning no contexto das PMEs, em Portugal.

A metodologia de estudo de caso permitiu recolher uma visão real das variáveis e das condições, das medidas específicas e das consequências do e-learning. O universo do estudo são os beneficiários de experiências de e-learning oriundos de PMEs ou de promotores de formação que trabalham directamente para e com PMEs. Do total de 442 questionários enviados, foram recolhidas 130 respostas. Os participantes do estudo foram empregadores e colaboradores de PMEs, bem como formadores e gestores de formação de diversos promotores de formação portugueses, públicos e privados.